O desejo que nos perturba
Tudo o que sabemos sobre a vida é que respiramos, dormimos, comemos, presos nessa excitação de urgências, e, se nenhum desejo nos perturba, podemos então nos divertir com alguma coisa.
Fazemos isso como se viver fosse muito, muito óbvio.
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Carina
> @ 16:41
9 Comentários
9 Comentários:
Eu sei muito mais sobre a vida do que que respiramos e comemos. Mas valeu.
Então conta pra gente, né, querido? O que mais você sabe sobre a vida? Como é que você se diverte, por exemplo, sabendo que seu pai, ou seu filho, ou seu irmão, ou seu amigo... pode morrer a qualquer momento?
Você é uma pessoa calma. Olha como seu blog é organizado. Tem dez dias que você está falando em suicídio, você responde para as pessoas o que elas perguntam.
Pare pra pensar porque não se matou ainda. Tem qualquer coisa que está ligando você na vida. Dá tempo de encontrar essa coisa no fundo de você, que talvez você não está percebendo.
Acabo de conhecer seu blog. Também tomei a mesma decisão que você. Farei-o no final do ano, caso um evento improvável não ocorra.
"Há dois tipos de sofredores no mundo: os que sofrem pela abundância de vida e os que sofrem pela ausência dela". Eu me encontro no segundo grupo, pelo pouco que li aqui, você também.
Hmmm... me falaram do seu blog, me pediram pra pedir pra vc desistir do suicídio. Mas eu SOU um suicida, fracassado. Tenho um histórico suicida há pelo menos 5 anos, com passagem por instituições psiquiátricas e em tratamento até hoje. Foda-se, não importa eu, no momento.
Pelo que li, pouco, até agora, vc adquiriu um certo desprazer pela vida, um desgosto. Algum fato fez você parar de gostar das pessoas e começar a vê-las como um mero observador. Vc se considera uma não-humana, apesar de tudo. Ou melhor: você se considera humana, mas não aos outros.
Em meio a tanta indiferença, a tanto julgamento que fazem com vc e vc com os outros, vc decidiu que aqui não é seu lugar. De repente você se vê pensando em coisas mais abertas, vendo coisas mais claramente. Você pensa e não encontra respostas...
Você olhou, mas não viu as suas respostas. Está bem em baixo do seu nariz. Estou aberto a qualquer discussão.
Aposto que você vive numa dualidade constante, imaginando que certas coisas seriam de um jeito quando, na verdade, são totalmente diferentes. Também posso supor que isto aconteceu com uma frequência bastante alta nos últimos tempos, o que pode ter aumentado seu desgosto por permanecer viva.
Eu não me considero vivo, apesar de tudo. Não me arrependi de um só dia até hoje... em muitos dias eu realmente desejo morrer... de fato. Mas, na maioria dos dias, eu desejo ficar vivo só por curiosidade de saber o que virá amanhã.
Luciano, você não deve ter um blog. Meu blog é organizado porque vem tudo prontinho desse jeito. Se eu tivesse que entender de html, essas coisas, não tinha nem começado.
Mas tem mesmo algo me ligando à vida. O medo de que a gente tenha um espírito e tudo continue igual igual igual.
badtelha74... eu não imaginava que tanta gente fizesse esses planos com antecipação. Você é mais um que conheço.
Eu só não tenho uma data. Quem sabe quanto pode demorar?
Se bem que você falou que fará no final do ano, mas não disse em qual ano.
Covallini, eu não tenho histórico suicida. É a primeira vez que penso nisso. A história é longa, e talvez eu conte aos poucos aqui. Meu ex-marido era muito religioso. Acho até que eu fiquei um pouco.
Eu não me importo muito com julgamentos, mas sabe que às vezes parece até que as pessoas gostam um pouco de mim.
Escolher a vida por curiosidade com o dia de amanhã? Muito interesante, será que no fundo eu não faço o mesmo? Vou pensar.
A vida continua sim amiga... esse conhecimento vc precisa buscar, tenho certeza que vc teria uma visão diferente da vida futura.
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